Reflexão prévia do texto:
“CONSELHO DE CLASSE E/OU DE
PROFESSORES:
... um espaço de reflexão”
... especialista em Psicologia da Educação e escreve
sobre orientação educacional.
As reuniões do conselho, quando bem conduzidas, possibilitam a revisão
das estratégias docentes. O Conselho
de classe é uma das poucas oportunidades em que é possível reunir os
docentes das diversas disciplinas de um mesmo ano com o objetivo de analisar os
processos de ensino e de aprendizagem sob múltiplas perspectivas. Quando as
discussões são bem conduzidas, elas favorecem aspectos como a análise do
currículo, da metodologia adotada e do sistema de avaliação da instituição.
Dessa forma, possibilitam aos professores uma interessante experiência
formativa, permitindo a reavaliação da prática didática.
Entretanto,
se o conselho é mal planejado, ele se transforma em um desabafo coletivo e em
uma cascata de queixas, que mais se assemelha a um tribunal onde o aluno é o
réu. Infelizmente, em vez de deter a análise sobre o que o estudante produz,
muitas vezes as discussões giram em torno daquilo que ele não faz - não realiza
as lições de casa, não traz o material, falta em muitas aulas, não entrega as
atividades - ou que faz inadequadamente - conversa muito durante as aulas,
copia o trabalho dos colegas, é desrespeitoso com o professor.
A função do conselho - que deve contar, sempre que possível com a participação do Diretor, do Coordenador Pedagógico e do Orientador Educacional, além dos professores - não é julgar o comportamento dos alunos, mas compreender a relação que eles desenvolvem com o conhecimento e como gerenciam a vida escolar para, quando necessário, propor as intervenções adequadas. Para tanto, a contribuição do orientador educacional é essencial, visto que ele pode ajudar a equipe a compreender como questões cognitivas, afetivas e sociais afetam a aprendizagem. Juntos, o orientador e os docentes devem definir os encaminhamentos que levem à melhoria da qualidade da produção dos estudantes. Nesse sentido, é fundamental o grupo socializar práticas bem-sucedidas que possam ser replicadas - considerando que, muitas vezes, os bons resultados na aprendizagem aparecem apenas após a mudança nas estratégias de ensino.
Para esses momentos se tornarem produtivos, é fundamental que os professores tenham clareza das finalidades de cada reunião. Muitas escolas organizam pré-conselhos durante o ano para a divulgação dos resultados parciais das avaliações. Já o encontro do fim do ano tem o objetivo de decidir sobre aprovações ou retenções. O responsável pela organização desse evento - geralmente o orientador educacional ou alguém da equipe gestora - deve definir previamente com o grupo quais alunos apresentam maiores problemas e, por isso, terão as suas produções analisadas. Assim, ao longo dos meses ou das semanas que antecedem o encontro, os professores podem se preparar, observando o trabalho desses estudantes e identificando a natureza de suas dificuldades. Essas são informações preciosas a serem compartilhadas e discutidas com os demais docentes. Posteriormente, cabe ao orientador comunicar aos alunos e suas famílias o que foi discutido durante a reunião.
Tudo
isso só será possível se os gestores planejarem um conselho de classe que ajude
os docentes a ampliar o olhar sobre o desempenho da turma e a própria prática,
propiciando assim a melhoria da qualidade do ensino.
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